
O mercado da suinocultura brasileira apresenta sinais de recuperação neste mês de fevereiro, com uma tendência de alta nas cotações do suíno vivo e da carne suína em todas as regiões monitoradas pelo Cepea. Este cenário positivo é impulsionado por uma aquecida demanda interna e um notável desempenho das exportações, que atingem um patamar recorde.
No entanto, o mercado global de carnes, conforme o índice da FAO, apresenta uma queda nos preços em janeiro, incluindo a carne suína, influenciada por fatores como a demanda reduzida após os feriados e o aumento da oferta na União Europeia.
Este boletim econômico semanal da suinocultura detalha a dinâmica do mercado brasileiro, com a análise dos preços do suíno vivo nas principais praças, a movimentação das bolsas de suínos em diferentes estados, a comparação semanal da evolução dos preços, a análise do índice de preços de alimentos da FAO e as perspectivas para o setor.
Preços do Suíno Vivo nas principais praças (13/02):



Comparativo Semanal:
- Cepea (06/02): Em janeiro, os preços do suíno vivo e da carne suína registraram uma queda superior a 10% em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea.
- Preço Médio em SP: O suíno vivo foi comercializado a uma média de R$ 8,02/kg na região SP-5, representando uma queda de 12,4% em relação a dezembro de 2024.
- Carcaça Especial Suína: A carcaça especial suína, no atacado da Grande São Paulo, teve uma desvalorização de 15,4% em janeiro, com média de R$ 11,91/kg.
- Justificativa: A lentidão das vendas em janeiro era esperada, devido às despesas extras da população no período, como férias escolares, que impactam o poder de compra do consumidor.
Índice de Preços de Alimentos da FAO:
- Janeiro de 2025: O índice de preços de alimentos da FAO teve média de 124,9 pontos em janeiro, queda de 0,5% ante dezembro.
- Carnes: O subíndice de preços da carne, incluindo a suína, teve baixa de 1,4% em janeiro, refletindo a demanda reduzida após os feriados e o aumento da oferta na União Europeia após um surto de febre aftosa na Alemanha, que resultou em proibições de importação e oferta excedente.
Perspectivas:
O cenário para a suinocultura em fevereiro é animador, com a recuperação dos preços e o impulso das exportações. A demanda interna aquecida e o desempenho notável no mercado internacional sugerem um período positivo para o setor. No entanto, é importante considerar a queda nos preços da carne suína observada no índice da FAO em janeiro, que pode indicar pressões no mercado global.
Fatores Impulsionadores:
- Demanda Interna Aquecida: O mercado interno demonstra um bom desempenho, com consumo consistente.
- Exportações em Destaque: As exportações de carne suína (in natura e processados), após um janeiro mais fraco, mostram sinais de forte recuperação em fevereiro.
- Dados da Secex: As exportações de carne suína in natura registram uma média diária recorde de 6,3 mil toneladas em fevereiro, um aumento significativo de 57,8% em relação a janeiro e 42% superior ao mesmo período do ano passado.
Aquicultura: tilápia apresenta reação positiva em janeiro, impulsionada pela demanda da quaresma

O mercado da aquicultura brasileira inicia 2025 com sinais positivos, com destaque para a tilápia, que apresentou uma ligeira reação nos preços em janeiro na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Apesar do aumento modesto, o movimento é significativo e indica uma melhora na demanda, impulsionada pelo período de abastecimento para a Quaresma.
Este boletim econômico semanal da aquicultura detalha a evolução dos preços da tilápia em diferentes regiões do país, a análise dos fatores que influenciaram o mercado em janeiro e as perspectivas para os próximos meses.
Confira os preços da tilápia em diferentes regiões do país (07/02):

Perspectivas:
A reação positiva dos preços da tilápia em janeiro, impulsionada pela demanda da Quaresma, sugere um cenário favorável para o setor da aquicultura nos próximos meses. A expectativa é de que a demanda continue aquecida, especialmente no período que antecede a Semana Santa, o que pode sustentar os preços em patamares elevados.
Fatores Impulsionadores:
- Demanda Aquecida: Alguns colaboradores do Cepea relataram que a demanda por tilápia esteve mais aquecida ao longo de janeiro, visto que este é um período comum de abastecimento de peixes para o período da Quaresma.
Grãos: Soja, Milho e Trigo

O mercado de grãos brasileiro apresenta um cenário de aquecimento, com reação nos preços da soja, sustentação da alta do milho e firmeza nos preços do trigo. Fatores como as chuvas irregulares na América do Sul, incertezas no comércio internacional, atrasos na colheita e semeadura, e o ritmo de exportações têm influenciado a dinâmica dos grãos no país.
No entanto, este cenário de alta no Brasil contrasta com a queda global de preços de alimentos observada no índice da FAO em janeiro, que reflete a dinâmica do mercado internacional, com influência em diversos setores.
Soja:
Reação de preços: Os preços da soja reagiram no mercado brasileiro na semana passada, impulsionados por chuvas irregulares na América do Sul, que deixaram os vendedores em alerta e afastados do mercado spot nacional, segundo o Cepea.
Incertezas internacionais: Incertezas sobre a relação comercial entre os Estados Unidos e a China também contribuem para a alta, com a possibilidade de aumento do apetite chinês pela soja brasileira nos próximos meses.
Limites à alta: A elevação dos preços domésticos foi limitada pela queda do dólar, que torna as commodities norte-americanas mais atrativas, e pelo aumento no frete rodoviário, que diminui o valor recebido pelos produtores, conforme o Cepea.
Confira os valores da soja (13/02):
- Paranaguá: R$ 130,68
- Paraná: R$ 125,39
Milho:
Sustentação da alta: Os preços do milho seguem avançando na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea.
Preocupações com a safra: Preocupações relacionadas a atrasos da colheita da safra verão e da semeadura da segunda temporada, principalmente no Centro-Oeste, têm mantido parte dos vendedores afastada dos negócios, à espera de novas valorizações, de acordo com o Cepea.
Prioridade na soja: Agentes indicam que a prioridade tem sido a colheita e a entrega dos lotes de soja, o que tem deixado as vendas de milho em segundo plano e os fretes, encarecidos, explica o Cepea.
Demanda aquecida: Consumidores se mostram interessados em adquirir novos lotes, mas encontram dificuldades, diante dos preços maiores pedidos por vendedores, ainda segundo o Cepea.
- O valor do milho (06/02) é de R$ 79,12
Trigo:
Firmeza nos preços: Os preços do trigo estão firmes, sobretudo no Rio Grande do Sul, de acordo com o Cepea.
Retração de vendedores: A sustentação vem da retração de vendedores, que têm limitado a oferta no spot nacional, atentos ao ritmo mais intenso das exportações nestas primeiras semanas de 2025, conforme pesquisadores do Cepea.
Pressão de compradores: Compradores domésticos tentam pressionar os valores, mas sem muito sucesso, de acordo com o Cepea.
Importações elevadas: Compradores estão de olho nas importações, que também estão elevadas.
Derivados em alta: Os preços do farelo de trigo e das farinhas subiram na primeira semana de fevereiro, influenciados pela maior demanda.
Confira os valores do trigo (13/02):
- Paraná: R$ 1.435,00
- Rio Grande do Sul: R$ 1.318,70
Índice de Preços de Alimentos da FAO:
- Janeiro de 2025: O índice de preços de alimentos da FAO teve média de 124,9 pontos em janeiro, queda de 0,5% ante dezembro.
- Influência em Diversos Setores: A queda do índice reflete a dinâmica do mercado global, com influência em diversos setores, incluindo cereais, óleos vegetais, carnes e açúcar.
Fatores que influenciam o mercado:
- Política agrícola: Medidas governamentais, como subsídios e programas de apoio, podem influenciar a produção e os preços dos grãos.
- Tecnologia: O uso de novas tecnologias, como sementes geneticamente modificadas e técnicas de agricultura de precisão, pode afetar a produtividade e a oferta de grãos.
- Mercado futuro: As negociações nos mercados futuros de commodities podem influenciar as expectativas de preços e a tomada de decisões dos produtores e consumidores.
- Eventos geopolíticos: Conflitos e instabilidades políticas em diferentes regiões do mundo podem afetar o comércio internacional e a disponibilidade de grãos.