
O mercado da avicultura brasileira apresenta um cenário de aquecimento nesta primeira quinzena de fevereiro, com maior demanda por carne de frango em São Paulo e preços dos ovos atingindo o maior patamar diário da série histórica do Cepea. Fatores como o recebimento de salários, a oferta controlada de frango, a onda de calor no Rio Grande do Sul e a baixa oferta de ovos têm influenciado a dinâmica do setor.
No entanto, este cenário de alta no Brasil contrasta com a queda global de preços de alimentos observada no índice da FAO em janeiro, que reflete a dinâmica do mercado internacional, com influência em diversos setores, incluindo carnes e cereais.
Frango:
- Mercado aquecido em SP: Em São Paulo, o mercado de carne de frango está mais aquecido nesta primeira quinzena de fevereiro, segundo o Cepea. A maior procura, típica deste período devido ao recebimento dos salários, e a oferta controlada têm elevado os valores da proteína avícola no atacado da Grande São Paulo.
- Onda de calor no RS: Em Porto Alegre, a forte onda de calor tem limitado a comercialização no atacado, com muitos consumidores evitando se locomover, informa o Cepea. Apesar da tentativa dos vendedores de manterem a tabela de preços, foram necessários concessões de descontos devido à dificuldade de comercialização.
Preços no varejo (13/02):

Ovos:
- Preços em alta: A baixa oferta de ovos no mercado interno e o aumento da demanda levaram as cotações a atingirem o maior patamar diário da série histórica do Cepea em diversas praças nesta quarta-feira, 12.
- Maior valor em Santa Maria de Jetibá: Em termos reais, o valor da proteína em Santa Maria de Jetibá, importante polo produtor do Espírito Santo, é o maior da série, de acordo com o Cepea.
- Oferta reduzida e demanda aquecida: Com a oferta reduzida e o bom volume de vendas, os patamares devem permanecer elevados pelo menos até a Quaresma, período em que o consumo da proteína tradicionalmente aumenta, segundo colaboradores do Cepea.
- Exportações em alta: Os embarques brasileiros de ovos (incluindo produtos in natura e processados) voltaram a aumentar em janeiro, alcançando o melhor desempenho desde junho de 2023, de acordo com a Secex. No entanto, a exportação brasileira de ovos representa menos de 1% da produção total, com a maior parte da produção nacional ficando no país.
Preços médios de ovos brancos (13/02):

Preços médios de ovos vermelhos (13/02):

Comparativo Semanal:
- Frango: As cotações médias do frango vivo e da carne subiram em janeiro, impulsionadas pela oferta doméstica controlada e pelo bom ritmo das exportações, mas limitadas pela demanda interna enfraquecida.
- Ovos: Os preços dos ovos continuam em alta neste início de fevereiro, movimento que começou na segunda quinzena de janeiro, devido ao aumento gradual da demanda e à oferta limitada.
Índice de Preços de Alimentos da FAO:
- Janeiro de 2025: O índice de preços de alimentos da FAO teve média de 124,9 pontos em janeiro, queda de 0,5% ante dezembro.
- Influência em Diversos Setores: A queda do índice reflete a dinâmica do mercado global, com influência em diversos setores, incluindo carnes e cereais. O subíndice de preços da Carne da FAO, especificamente, teve média de 117,7 pontos em janeiro, baixa de 1,7 ponto (1,4%) ante dezembro. O declínio foi motivado pelos preços da carne ovina, suína e de aves, que superaram os aumentos da carne bovina, segundo a FAO. A carne de aves diminuiu com a ampla oferta, principalmente do Brasil, onde os preços competitivos da ração sustentaram a produção.
Perspectivas:
O mercado da avicultura brasileira, apesar de apresentar um cenário aquecido neste início de fevereiro, com alta demanda por frango e preços de ovos em patamar histórico, exige cautela e acompanhamento constante nos próximos meses.
Fatores que influenciam o mercado:
- Demanda: Variações na demanda interna e externa, influenciadas por fatores como o recebimento de salários, o período de Quaresma e o retorno das aulas escolares.
- Oferta: Níveis de produção, estoques e ritmo das exportações afetam a disponibilidade de frango e ovos no mercado.
- Condições climáticas: Ondas de calor podem limitar a comercialização e afetar a produção.
- Custos de produção: Variações nos custos de ração, energia e outros insumos podem influenciar os preços.
- Cenário global: A dinâmica do mercado internacional, refletida no índice da FAO, pode exercer pressão sobre os preços domésticos.
Aquicultura: tilápia apresenta reação positiva em janeiro, impulsionada pela demanda da quaresma

O mercado da aquicultura brasileira inicia 2025 com sinais positivos, com destaque para a tilápia, que apresentou uma ligeira reação nos preços em janeiro na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Apesar do aumento modesto, o movimento é significativo e indica uma melhora na demanda, impulsionada pelo período de abastecimento para a Quaresma.
Este boletim econômico semanal da aquicultura detalha a evolução dos preços da tilápia em diferentes regiões do país, a análise dos fatores que influenciaram o mercado em janeiro e as perspectivas para os próximos meses.
Confira os preços da tilápia em diferentes regiões do país (07/02):

Perspectivas:
A reação positiva dos preços da tilápia em janeiro, impulsionada pela demanda da Quaresma, sugere um cenário favorável para o setor da aquicultura nos próximos meses. A expectativa é de que a demanda continue aquecida, especialmente no período que antecede a Semana Santa, o que pode sustentar os preços em patamares elevados.
Fatores Impulsionadores:
- Demanda Aquecida: Alguns colaboradores do Cepea relataram que a demanda por tilápia esteve mais aquecida ao longo de janeiro, visto que este é um período comum de abastecimento de peixes para o período da Quaresma.
Grãos: Soja, Milho e Trigo

O mercado de grãos brasileiro apresenta um cenário de aquecimento, com reação nos preços da soja, sustentação da alta do milho e firmeza nos preços do trigo. Fatores como as chuvas irregulares na América do Sul, incertezas no comércio internacional, atrasos na colheita e semeadura, e o ritmo de exportações têm influenciado a dinâmica dos grãos no país.
No entanto, este cenário de alta no Brasil contrasta com a queda global de preços de alimentos observada no índice da FAO em janeiro, que reflete a dinâmica do mercado internacional, com influência em diversos setores.
Soja:
Reação de preços: Os preços da soja reagiram no mercado brasileiro na semana passada, impulsionados por chuvas irregulares na América do Sul, que deixaram os vendedores em alerta e afastados do mercado spot nacional, segundo o Cepea.
Incertezas internacionais: Incertezas sobre a relação comercial entre os Estados Unidos e a China também contribuem para a alta, com a possibilidade de aumento do apetite chinês pela soja brasileira nos próximos meses.
Limites à alta: A elevação dos preços domésticos foi limitada pela queda do dólar, que torna as commodities norte-americanas mais atrativas, e pelo aumento no frete rodoviário, que diminui o valor recebido pelos produtores, conforme o Cepea.
Confira os valores da soja (13/02):
- Paranaguá: R$ 130,68
- Paraná: R$ 125,39
Milho:
Sustentação da alta: Os preços do milho seguem avançando na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea.
Preocupações com a safra: Preocupações relacionadas a atrasos da colheita da safra verão e da semeadura da segunda temporada, principalmente no Centro-Oeste, têm mantido parte dos vendedores afastada dos negócios, à espera de novas valorizações, de acordo com o Cepea.
Prioridade na soja: Agentes indicam que a prioridade tem sido a colheita e a entrega dos lotes de soja, o que tem deixado as vendas de milho em segundo plano e os fretes, encarecidos, explica o Cepea.
Demanda aquecida: Consumidores se mostram interessados em adquirir novos lotes, mas encontram dificuldades, diante dos preços maiores pedidos por vendedores, ainda segundo o Cepea.
- O valor do milho (06/02) é de R$ 79,12
Trigo:
Firmeza nos preços: Os preços do trigo estão firmes, sobretudo no Rio Grande do Sul, de acordo com o Cepea.
Retração de vendedores: A sustentação vem da retração de vendedores, que têm limitado a oferta no spot nacional, atentos ao ritmo mais intenso das exportações nestas primeiras semanas de 2025, conforme pesquisadores do Cepea.
Pressão de compradores: Compradores domésticos tentam pressionar os valores, mas sem muito sucesso, de acordo com o Cepea.
Importações elevadas: Compradores estão de olho nas importações, que também estão elevadas.
Derivados em alta: Os preços do farelo de trigo e das farinhas subiram na primeira semana de fevereiro, influenciados pela maior demanda.
Confira os valores do trigo (13/02):
- Paraná: R$ 1.435,00
- Rio Grande do Sul: R$ 1.318,70
Índice de Preços de Alimentos da FAO:
- Janeiro de 2025: O índice de preços de alimentos da FAO teve média de 124,9 pontos em janeiro, queda de 0,5% ante dezembro.
- Influência em Diversos Setores: A queda do índice reflete a dinâmica do mercado global, com influência em diversos setores, incluindo cereais, óleos vegetais, carnes e açúcar.
Fatores que influenciam o mercado:
- Política agrícola: Medidas governamentais, como subsídios e programas de apoio, podem influenciar a produção e os preços dos grãos.
- Tecnologia: O uso de novas tecnologias, como sementes geneticamente modificadas e técnicas de agricultura de precisão, pode afetar a produtividade e a oferta de grãos.
- Mercado futuro: As negociações nos mercados futuros de commodities podem influenciar as expectativas de preços e a tomada de decisões dos produtores e consumidores.
- Eventos geopolíticos: Conflitos e instabilidades políticas em diferentes regiões do mundo podem afetar o comércio internacional e a disponibilidade de grãos.