
Elias Zydek – diretor presidente executivo da Frimesa – fala sobre investimentos, avanços tecnológicos e planos futuros da quarta maior processadora de suínos do Brasil
Em uma era de expansão estratégica e inovação disruptiva, a Frimesa se destaca como uma força vital no setor suinícola brasileiro. Com um plano ambicioso para aumentar sua capacidade de processamento de suínos e solidificar sua posição entre os principais players do mercado, a cooperativa revela os bastidores de seus investimentos maciços, destacando o novo frigorífico em Assis Chateaubriand (PR) e os bilhões destinados à modernização tecnológica.
Nesta entrevista, Elias Zydek – diretor presidente executivo da Frimesa – informa que, além de priorizar a sustentabilidade e a eficiência operacional, a Frimesa não apenas fortalece sua contribuição econômica local, gerando milhares de empregos diretos e indiretos, mas também reforça seu compromisso com práticas agrícolas sustentáveis e responsáveis.
Confira como essas iniciativas não apenas impulsionam o crescimento da cooperativa, mas também promovem avanços significativos na qualidade e segurança dos produtos oferecidos, preparando o terreno para um futuro promissor no agronegócio brasileiro e além.
Suinocultura Industrial – Como você descreveria o atual cenário da Frimesa em termos de crescimento e participação no mercado?
Elias Zydek – A Frimesa está executando seu Plano Estratégico de crescimento em suinocultura a partir de 2022, quando processava 8.300 suínos por dia, para atingir 23.000 ao dia em 2032. Hoje com 13.000 suínos por dia participa com 7,8% da produção brasileira, sendo a 4ª maior processador do Brasil, a primeira do Paraná e a 19º do mundo. Nas exportações de carne suína participa com 8,5%. Nosso cenário é de crescimento gradativo até chegar as 14% de processamento de suínos do Brasil.
SI – Quais foram os principais investimentos realizados pela Frimesa nos últimos anos para atingir o patamar atual?
Elias Zydek – Entre os anos 2020 e 2023 a Frimesa investiu R$1,5 bilhão em seu novo frigorífico no município de Assis Chateaubriand (PR). Sua capacidade operacional na primeira fase, até 2023 è de 7,500 suínos por dia. Na segunda fase, até 203, atingirá 15.000 suínos ao dia. Também as cinco cooperativas filiadas e seus produtores, investirão R$2,0 bilhões até 2035.
SI – De que forma a Frimesa tem investido em inovação e tecnologia para melhorar seus processos e produtos?
Elias Zydek – Os investimentos em inovação e tecnologia foram significativos no novo frigorífico. Mecanização, autonomização e robotização foram priorizadas para obter padronização, segurança e produtividade. Nossos frigoríficos foram projetados para a sustentabilidade e atendimentos aos desejos dos consumidores.
SI – Qual é a importância da Frimesa para a região em que está instalada, tanto economicamente quanto socialmente?
Elias Zydek – A Frimesa gera milhões de tributos aos governos e proporciona a diversificação da renda em toda região. Participa ativamente junto aos munícipios, de sua área de atuação, através de entidades, escolas, esportes e ações sociais. Atua na preservação ambiental com práticas sustentáveis em seu negócio.
SI – Quantos empregos a Frimesa gera diretamente na região e como a cooperativa contribui para o desenvolvimento local?
Elias Zydek – A Frimesa emprega atualmente 13.600 pessoas diariamente e outras 20.00 indiretamente em toda cadeia produtiva, ou seja, um universo de 33,600 pessoas.
Elias Zydek – A Frimesa implantou instalações de geração de biometano em seus frigoríficos para substituir o uso de gás liquefeito de petróleo (GLP). Implementou uma usina e geração de energia solar para consumo próprio. Produz 70% da biomassa utilizada em suas caldeiras. Apresentou seus compromissos publicamente, apresentado seu Road Map, contendo 15 metas de ESG a serem alcançados a médio prazo.
SI – Como você avalia o atual mercado interno suinícola e qual é a estratégia da Frimesa para se destacar nele?
Elias Zydek – O mercado interno da carne suína vem crescendo nos últimos 5 anos e chega em 2024 com consumo per capita de 20 kg / ano. A estratégia de divulgar mais a qualidade e os benefícios da carne suína, associada a melhorar apresentação e praticidade dos cortes in natura, vem produzindo bons resultados.
A Frimesa está trabalhando na ampliação de sua atuação no Brasil e investindo na qualidade e apresentação dos cortes especiais. Também investe no desenvolvimento de novas opções e melhorias contínuas nos produtos processados. Acreditamos que um desenvolvimento econômico mais robustos e consistente, aumentaria o consumo interno de carne suína e seus derivados.
O mercado externo ainda é restrito para o estado do Paraná, devido as barreiras sanitárias imposta a febre aftosa bovina, no passado. Após 3 anos de certificação pela OIE, ainda a burocracia não foi resolvida. Isso faz com que as empresas paranaense ainda não conseguem exportar para os melhores mercados.
Diante dessa situação a Frimesa exporta para países como: Hong Kong, Singapura, Vietnam, Geórgia, Uruguai, Paraguai, Emirados Árabes, Albânia, Turquia, Argentina, Bolívia, Angola, Maldivas, total 29 países.
As oportunidades crescerão após a habilitação do Estado do Paraná para países como: Filipinas, Coréia do sul. México, Chile e Japão.
Hoje a Frimesa exporta 8,5% da produção Brasileira devendo crescer para 12% nos próximos 5 anos
SI – Como a Frimesa tem garantido a qualidade e segurança da sua cadeia de suprimentos, desde a produção até a entrega ao consumidor?
Elias Zydek – O principal diferencial da Frimesa em qualidade e segurança da carne suína é o seu Programa Suíno Certificado, que está fundamentando nos seguintes pilares: sanidade, bem estar animal condições de trabalho, meio ambiente e rastreabilidade.
Hoje cerca de 65% das propriedades são certificadas por auditorias constantes. Os objetivos é atingir 100% das propriedades fornecedoras até o final de 2025.
Os frigoríficos seguem as rígidas normas do serviço de inspeção Federal e as políticas, programas e procedimentos de autocontrole, bem como exigências do mercado.
A distribuição obedece a critérios exigidos e monitorados em tempo real.
SI – Quais são os planos futuros da Frimesa para fortalecer ainda mais a cooperativa e expandir sua atuação no mercado?
Elias Zydek – O curto e médio prazo a Frimesa cumprirá seu plano estratégicos de crescimento, na ordem de 10% ao ano até 2035. No momento esse é o desafio, muito embora estamos sempre atentos as oportunidades que por ventura se apresentarem.
SI – A Frimesa tem buscado parcerias com outras empresas ou cooperativas? Se sim, como essas colaborações têm contribuído para o crescimento da empresa?
Elias Zydek – A Frimesa tem praticado a intercooperação com outras cooperativas. Produzimos alguns produtos para cooperativas na área de lácteos. Além de cooperativas, temos cooperativas que produzem alguns produtos para a Frimesa. Hoje, as parecerias representam, cerca de 10% do faturamento total que deverá alcançar R$7,3 bilhões.
SI – De que forma a Frimesa tem contribuído para o setor agropecuário brasileiro e quais são as suas perspectivas para o futuro desse setor no país?Elias Zydek – A Frimesa tem contribuído com a geração de valor ao agronegócio através do processamento e industrialização. Além disso, é fundamental na diversificação de renda para os produtores.
O agronegócio brasileiro é protagonista do crescimento do PIB e das exportações. Temos vantagens competitivas no mercado internacional e potencial de crescimento.