
Em uma reunião em Bruxelas, a República Tcheca instou outros estados-membros da União Europeia a acompanharem seu exemplo na proibição da criação de galinhas em gaiolas. A medida visa garantir um tratamento mais humano aos animais e uniformizar as regras no mercado europeu.
O ministro da Agricultura tcheco, Marek Výborný, enfatizou que a falta de uma abordagem unificada para a criação em gaiolas coloca os avicultores tchecos em desvantagem, já que eles estão investindo pesadamente na modernização de suas instalações para atender às novas exigências.
A proibição da criação em gaiolas representa um desafio para a indústria avícola tcheca, que ainda mantém uma parcela significativa de galinhas poedeiras em gaiolas. A presidente do conselho de administração da União Avícola Tcheco-Morávia, Gabriela Dlouhá, reconheceu que a medida exigirá o desmantelamento de algumas instalações construídas recentemente.
Avicultores locais, como Josef Dvořák, preveem que a mudança pode causar uma queda na produção de ovos do país. Além disso, há a preocupação com a concorrência de importações baratas de países que não adotaram a proibição, como a Polônia.
Diante desse cenário, os avicultores tchecos pedem que a proibição seja adotada em nível europeu, para evitar disparidades no mercado. Eles também se manifestaram contra a legislação que torna obrigatório o uso da tecnologia de seleção de sexo, a menos que tal exigência seja estendida a todos os países da UE.
A tecnologia de seleção de sexo, que permite identificar o sexo dos pintinhos antes do nascimento, é vista como uma forma de evitar o abate de pintinhos machos, prática comum na indústria avícola. No entanto, os avicultores tchecos argumentam que a exigência os colocaria em desvantagem econômica, especialmente as incubadoras menores.
A pressão da República Tcheca por uma proibição unificada da criação em gaiolas e por regras claras sobre a seleção de sexo de pintinhos demonstra a crescente importância do bem-estar animal na agenda da União Europeia. A expectativa é que a discussão avance nos próximos meses, com o objetivo de garantir um mercado mais justo e um tratamento mais humano aos animais.
Referência: Poultry World