
Organizações de agricultores europeus e americanos estão preocupadas com as tarifas de importação que os Estados Unidos introduzirão hoje, 9 de abril, para produtos da União Europeia. Isso os tornará 20% mais caros. O presidente americano, Donald Trump, anunciou as tarifas em 2 de abril.
Embora já estivessem em vigor há algum tempo, as tarifas caíram como uma bomba. A taxa entrará em vigor na hoje, quarta-feira, 9 de abril. A Comissão Europeia está agora preparando um pacote de contramedidas.
‘Grande golpe para a economia global’
A presidente Ursula Von der Leyen considera as tarifas anunciadas “um grande golpe para a economia global”. Todos os cenários para uma contrarreação europeia estão em pauta. Para possíveis contratarifas, a Comissão Europeia analisaria os setores em que elas prejudicam os EUA e onde a UE tem alternativas. A soja do Brasil é mencionada especificamente. Enquanto isso, os agricultores europeus não querem que a UE retalie contra as tarifas de importação de Trump. A organização europeia Copa-Cogeca espera que a UE negocie com os EUA para evitar uma guerra comercial.
O presidente da Copa, Massimiliano Giansanti, afirmou em um comunicado à imprensa: “Medidas comerciais retaliatórias não beneficiarão os agricultores nem da UE, nem dos EUA. Em vez disso, limitarão nossas oportunidades, aumentarão os preços e enfraquecerão a resiliência das empresas agrícolas. Apelamos a ambas as administrações para que priorizem as negociações e explorem todas as vias diplomáticas antes de recorrer a medidas que possam ter consequências duradouras.”
Agricultores americanos também demonstram preocupação. A Federação Americana de Agências Agrícolas (AFBF) enfatiza que o comércio é crucial para os agricultores americanos. Aumentos de tarifas ameaçam a sustentabilidade econômica dos agricultores, que perderam dinheiro com suas culturas básicas nos últimos 3 anos.
Mais de 20% da renda agrícola provém de exportações, e os agricultores são altamente dependentes de importações para suprimentos essenciais, como fertilizantes e ferramentas especializadas. A AFBF prevê danos a longo prazo para os agricultores americanos devido à perda de participação de mercado.
Taxas diferentes para cada parceiro comercial
O presidente Donald Trump criou tarifas diferentes para cada parceiro comercial. Elas variam de uma taxa básica de 10% para todos os países, incluindo o Reino Unido, a 34% para a China e 49% para o Camboja, um país que produz e exporta muitas roupas baratas. Segundo Trump, a taxa de 20% para produtos da UE ainda é baixa em comparação com o que a UE cobraria sobre produtos americanos. As taxas se somam às taxas anteriormente impostas para alumínio e aço, entre outros produtos.
Trump acusou outros países de “saquear” e “roubar” os EUA e enriquecer às custas dos americanos. Ele prometeu desenvolver rapidamente a indústria americana e derrubar barreiras comerciais em outros países com as novas tarifas de importação.
Economistas reagem
O economista Theo Smid, da Atradius, disse à agência ANP: “Se esta guerra comercial se intensificar ainda mais, as economias abertas sofrerão as consequências. Isso poderá levar a um aumento no número de falências em todo o mundo e a uma desaceleração do crescimento econômico.”
Fonte: Pig Progress