
Brooke Rollins, indicada por Donald Trump para liderar o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), sinalizou na última quinta-feira (22/1) a possibilidade de retomar pagamentos diretos a agricultores para compensar perdas resultantes de tarifas comerciais. Essa abordagem remete ao modelo adotado durante o primeiro mandato de Trump, quando bilhões foram destinados aos produtores para mitigar os impactos das retaliações tarifárias da China.
Repercussões da Guerra Comercial
A guerra comercial iniciada por Trump, com tarifas sobre importações chinesas, provocou retaliações que afetaram profundamente setores como o de soja. A nova indicação ao USDA reacende as discussões sobre o equilíbrio entre medidas de apoio financeiro e o estímulo à livre comercialização, ponto de conflito entre legisladores.
Durante a audiência de nomeação, Rollins afirmou que o Departamento está preparado para repetir a estratégia, caso necessário. No entanto, senadores, como Michael Bennet (D-Colorado), expressaram ceticismo:
“Os agricultores querem trabalhar e exportar, não depender de subsídios como solução.”
Desafios e Prioridades
Rollins destacou a intenção de ampliar o acesso aos mercados e reduzir o déficit comercial agrícola, atualmente em US$ 42 bilhões. Contudo, pontos sensíveis, como o programa de vistos H2A para trabalhadores rurais sazonais, também entraram na pauta. Rollins reconheceu a necessidade de reformas, mas não detalhou como atender às preocupações dos produtores que enfrentam dificuldades com a mão de obra, especialmente diante das políticas migratórias de Trump.
Polêmicas sobre Biocombustíveis
Outro tema levantado foi o histórico de Rollins com o etanol. Reportagens apontaram que um grupo liderado por ela no Texas criticou o biocombustível por custos elevados e dependência de subsídios. Rollins negou ter escrito sobre o tema e afirmou apoiar todas as fontes de energia, comprometendo-se a atender às demandas do setor agrícola.
Próximos Passos
Se confirmada, Rollins enfrentará o desafio de liderar um órgão com orçamento de US$ 200 bilhões e 100 mil funcionários, abrangendo programas agrícolas, nutricionais e comerciais. Sua abordagem em relação ao comércio internacional e políticas migratórias será decisiva para um setor que busca maior estabilidade e competitividade global.