
Durante o 4º Fórum Ministerial China-Celac, que celebra os dez anos de parceria, o presidente chinês Xi Jinping anunciou a concessão de uma linha de crédito de 66 bilhões de yuans (equivalente a R$ 52 bilhões) para impulsionar o desenvolvimento em países da América Latina e do Caribe. Além disso, foi confirmada a implementação de uma política de isenção de visto para cinco países da região, cujos nomes ainda não foram divulgados, mas que pode ser expandida futuramente.
Esses anúncios fazem parte de cinco grandes projetos que a China está propondo para a região. A primeira iniciativa visa o fortalecimento da “unidade”, com o objetivo de intensificar os intercâmbios em diversas áreas e aprimorar a comunicação e coordenação em questões internacionais e regionais. Xi Jinping ressaltou o “apoio firme” da China à busca por um caminho de desenvolvimento adequado às condições nacionais de cada país, defendendo a soberania e independência da América Latina e a oposição à interferência externa. O líder chinês relembrou manifestações históricas de apoio a movimentos na região, como a luta pela soberania do Canal do Panamá e as 32 votações consecutivas na Assembleia Geral da ONU para o fim do bloqueio dos EUA a Cuba.
Projetos de Cooperação Abrangentes até 2028:
Nos próximos três anos, até a próxima reunião ministerial, a China convidará anualmente 300 quadros de partidos políticos dos Estados-membros da Celac para visitas, com o propósito de trocar experiências em governança estatal.
A linha de crédito anunciada visa impulsionar projetos de desenvolvimento, e Xi Jinping reforçou que a China aumentará a importação de produtos de alta qualidade da América Latina, além de incentivar empresas chinesas a expandir seus investimentos na região. O presidente chinês enfatizou a necessidade de fortalecer o alinhamento das estratégias de desenvolvimento, aprofundar a construção conjunta da iniciativa do Cinturão e Rota, e expandir a cooperação em áreas tradicionais como infraestrutura, agricultura e alimentos, energia e minerais. Áreas emergentes como energia limpa, comunicações 5G, economia digital, inteligência artificial e a implementação do Programa de Parceria Científica e Tecnológica China-América Latina também foram destacadas.
Outro projeto visa promover a pesquisa conjunta sobre civilizações antigas e o combate ao tráfico ilegal de bens culturais, fortalecendo intercâmbios e cooperação no patrimônio cultural, com a realização de um “Festival de Arte Latino-Americana”.
O quarto projeto foca na cooperação em “gestão de desastres, segurança cibernética, combate ao terrorismo, anticorrupção, controle de drogas e combate ao crime organizado transnacional”. Como medida concreta, a China implementará programas de treinamento policial “de acordo com as necessidades dos Estados-membros da Celac” e fornecerá assistência em equipamentos.
O quinto e último projeto abrange diversas medidas voltadas à educação. Até 2028, a China deve oferecer 3,5 mil bolsas de estudo governamentais, 10 mil oportunidades de treinamento no país, 500 bolsas de estudo para professores chineses internacionais, 300 oportunidades de treinamento para talentos técnicos em redução da pobreza e mil vagas no projeto “Ponte Chinesa” para os Estados-membros da Celac.