
O cenário geopolítico foi determinante para a queda nos preços do trigo negociado na bolsa de Chicago (CBOT). Nesta segunda-feira (9/6), os contratos do cereal para julho terminaram a sessão em baixa de 2,30%, fechando a US$ 5,42 o bushel.
De acordo com análise da Royal Rural, o trigo foi impactado diretamente pela decisão da China de aplicar tarifas de 100% sobre o farelo e o óleo de canola do Canadá. Essa medida reduziu drasticamente a rentabilidade da canola, levando os produtores do oeste canadense a buscar alternativas, como migrar para o plantio de trigo de primavera. “Com mais trigo sendo plantado, a expectativa de oferta aumentou, e os preços já começaram a desabar”, destaca o boletim da consultoria. O governo do Canadá também está oferecendo subsídios para incentivar o produtor local a investir no trigo, elevando ainda mais a expectativa de produção no país, que atualmente é o quinto maior produtor mundial.
Milho recua com perspectivas climáticas favoráveis nos EUA
O milho também fechou com preços em baixa no mercado internacional. Os contratos para julho recuaram 2,03%, cotados a US$ 4,3350 o bushel. A Royal Rural indica que, apesar das preocupações recentes com excesso de chuva que impulsionaram os preços na última semana, agora há expectativa de que chuvas amenas no Centro-Oeste dos EUA auxiliem no desenvolvimento da safra. “Isso retira parte da sustentação climática do milho, que já vinha pressionado pelo movimento do trigo”, afirmou a empresa em boletim.
Soja reverte ganhos e apresenta leve queda
A soja reverteu parte dos ganhos da última sessão e avançou na bolsa de Chicago. Os contratos para julho fecharam em queda de 0,12%, para US$ 10,56 o bushel. Após o otimismo com o avanço das negociações entre EUA e China na semana passada, o cenário atual é de cautela, sem nenhuma definição concreta de acordo comercial.
“A pauta vai além das tarifas, envolve tecnologia, segurança e exportações agrícolas. Só que, por enquanto, nenhuma informação oficial foi divulgada sobre o que foi discutido ou acordado. O mercado monitora, mas prefere esperar antes de precificar qualquer desfecho”, destacou a Royal Rural.