Fonte CEPEA
Milho Campinas (SP)R$ 67,64 / kg
Soja PRR$ 128,80 / kg
Soja Porto de Paranaguá (PR)R$ 134,26 / kg
Suíno Grande São Paulo (SP)R$ 12,55 / kg
Suíno SPR$ 8,50 / kg
Suíno MGR$ 8,44 / kg
Suíno PRR$ 7,97 / kg
Suíno SCR$ 8,00 / kg
Suíno RSR$ 8,03 / kg
Ovo Branco Gande São Paulo (SP)R$ 179,04 / cx
Ovo Branco Grande BH (MG)R$ 191,82 / cx
Ovo Vermelho Gande São Paulo (SP)R$ 200,29 / cx
Ovo Vermelho Grande BH (MG)R$ 215,47 / cx
Ovo Branco Bastos (SP)R$ 169,55 / cx
Ovo Vermelho Bastos (SP)R$ 191,14 / cx
Frango SPR$ 7,36 / kg
Frango SPR$ 7,39 / kg
Trigo PRR$ 1.503,06 / t
Trigo RSR$ 1.341,43 / t
Ovo Vermelho Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 208,10 / cx
Ovo Branco Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 177,64 / cx
Ovo Branco Recife (PE)R$ 178,09 / cx
Ovo Vermelho Recife (PE)R$ 185,17 / cx

Soja

Agricultores dos EUA dizem que o Brasil mantém vantagem no mercado de soja da China, apesar da trégua comercial

Agricultores dos EUA dizem que o Brasil mantém vantagem no mercado de soja da China, apesar da trégua comercial

A recente trégua tarifária entre Pequim e Washington não deve impulsionar significativamente as vendas de soja dos agricultores dos Estados Unidos para a China sem concessões adicionais. Produtores argumentam que o Brasil, principal fornecedor da commodity para o gigante asiático, ainda mantém uma vantagem competitiva substancial em termos de preço.

Conforme o cessar-fogo anunciado, os Estados Unidos reduzirão as tarifas extras sobre as importações chinesas de 145% para 30% nos próximos três meses, enquanto as taxas chinesas sobre as importações americanas cairão de 125% para 10%.

Essa notícia gerou uma queda nos prêmios de exportação da soja no Brasil, enquanto os preços futuros nos EUA atingiram uma alta de três meses, refletindo a expectativa de que a China pudesse aumentar suas compras de soja americana.

No entanto, agricultores americanos expressam ceticismo quanto à eficácia da suspensão tarifária. Eles apontam que o Brasil, com sua vasta oferta de uma safra recorde e preços mais baixos, não enfrenta as mesmas tarifas impostas aos seus concorrentes nos EUA. A China, maior importadora mundial de produtos agrícolas, já obtém cerca de 70% de suas importações de soja do Brasil.

Caleb Ragland, produtor de Magnolia, Kentucky, e presidente da Associação Americana de Soja, enfatiza que “a tarifa que permanece em vigor para a soja dos EUA está longe de ser insignificante”. Ele acrescenta que “os produtos adquiridos de nossos concorrentes no Brasil e na Argentina não sofrem esse custo extra”.

Embora os Estados Unidos tenham sido responsáveis por aproximadamente 28% das importações de soja da China em 2022/23, o mercado chinês tem sido crucial para os agricultores americanos, representando mais da metade das exportações de soja dos EUA no ano comercial mais recente.

A guerra comercial iniciada pelo então presidente Donald Trump prejudicou as vendas de soja, sorgo e produtos suínos americanos para a China, criando uma nova janela de oportunidade para o Brasil expandir sua participação de mercado.

Luis Rua, responsável pelo comércio exterior do Ministério da Agricultura do Brasil, afirma que o país pretende exportar ainda mais produtos agrícolas para a China, incluindo sorgo, carne suína e de frango, buscando consolidar sua fatia no mercado.

Dan Henebry, produtor de milho e soja em Buffalo, Illinois, resume a situação: “O que eles (China) comprarão é o que mal precisam para sobreviver. Se a América do Sul estiver com escassez… eles comprarão de nós.”

Compradores chineses também têm demonstrado preferência por trigo de outros fornecedores, evitando o produto americano e adquirindo entre 400.000 e 500.000 toneladas métricas da Austrália e do Canadá nas últimas semanas, segundo relatos de traders.

Agricultores americanos esperam que a China aumente as compras de produtos agrícolas dos EUA como parte das negociações comerciais. No entanto, analistas como Even Rogers Pay, da Trivium China, apontam que os importadores chineses podem relutar em fazer grandes compras devido às barreiras comerciais remanescentes e à incerteza sobre o futuro após o término da pausa tarifária. Pay observa que “há algumas coisas que impedem que esse cessar-fogo na guerra comercial seja uma bênção para os agricultores”.

Mesmo durante a pausa, a carne suína dos EUA exportada para a China ainda enfrenta uma tarifa total mínima de 57%, de acordo com o Conselho Nacional de Produtores de Carne Suína.

A trégua expira pouco antes do início da colheita de soja e milho nos EUA, um período crucial para as exportações. Os agricultores americanos plantaram menos soja nesta primavera em comparação com o ano anterior, indicando uma menor lucratividade percebida para a safra.

Um processador de soja chinês pondera que, “se as negociações fracassarem, os compradores correm o risco de perdas quando as cargas chegarem durante a temporada de comercialização de soja nos EUA. Simplesmente não vale a pena arriscar.”

A pausa tarifária tem feito pouco para resolver as questões subjacentes que levaram à disputa comercial, incluindo o déficit comercial dos EUA com a China. Pequim não cumpriu os compromissos de comprar mais produtos agrícolas dos EUA em um acordo comercial firmado com Trump em 2020.

Ron Heck, produtor de milho e soja em Perry, Iowa, resume o sentimento de muitos agricultores americanos: “A situação já era ruim antes de começarmos, e algo precisava ser feito. A situação continua ruim.” Henebry ecoa essa frustração, comparando a situação a “estar de volta à base do beisebol tentando ver se vamos rebater um home run ou sofrer outro strikeout.”