
No primeiro dia do Agriness Next, um dos destaques foi a palestra da executiva global da Google, Débora Francisco Lalo. Ela trouxe uma visão estratégica e inspiradora sobre o impacto da era da hiperprodutividade no agronegócio, marcada pela aplicação intensiva de Inteligência Artificial (IA) e automação em escala.
Engenheira mecânica com uma sólida formação acadêmica, PhD focado nas tecnologias da Indústria 4.0, Débora lidera na Google as verticais do agro, energia e manufatura, setores diretamente ligados à infraestrutura crítica global. Durante sua apresentação, ela reforçou o papel da tecnologia como propulsora da produtividade, sustentabilidade e disponibilidade no setor do agronegócio.
“Estamos na era da hiperprodutividade e os agentes de IA serão protagonistas do próximo salto do agro. Isso já está em andamento”, afirmou. Ela explicou como a Alphabet, holding que controla o Google, opera por meio de seu braço de inovação disruptiva, o Google X, desenvolvendo tecnologias aplicadas a desafios globais — desde mudanças climáticas até segurança alimentar.
Entre os projetos citados, estão o Mineral, que faz mapeamento em tempo real da lavoura com sensores e IA; o Heritable, focado em genética vegetal e animal; e o Bellwether, sistema de predição climática que apoia o planejamento agrícola. Todos esses desenvolvimentos estão ancorados no Google Cloud, onde os dados são armazenados, processados e protegidos.
Débora também apresentou um recente lançamento da empresa, o Google Agentspace, uma plataforma que orquestra agentes de IA para transformar dados em decisões automatizadas e interoperáveis, integrando fontes diversas. “É como dar olhos e cérebro para sua operação agrícola, em uma única interface, com segurança e automação”, explicou.
A executiva enfatizou que a transformação digital no agro depende não apenas da tecnologia, mas de cultura, capacitação e governança de dados. “A agricultura 5.0 não é só sobre máquinas mais inteligentes. É sobre pessoas capacitadas usando tecnologia para garantir alimentos de qualidade, reduzindo desperdício e respeitando o meio ambiente”, destacou.
Segundo ela, o futuro do agro será moldado por agentes de IA capazes de prever safras, otimizar insumos, monitorar equipamentos e garantir rastreabilidade da cadeia. “Em 2025, vivenciaremos a era dos agentes. A IA sairá do plano das ferramentas para se tornar parte ativa do processo produtivo.”
Ao final, Débora compartilhou contatos e se colocou à disposição para colaboração com empresas do agro que busquem inovação com impacto. A palestra reforçou a missão do Google de “acabar com a fome no mundo por meio da tecnologia” — uma mensagem potente e alinhada às urgências globais.