
O governo da Bielorrússia estabeleceu um plano ambicioso para alcançar a autossuficiência em genética avícola dentro dos próximos cinco a sete anos. A meta, anunciada pelo presidente Alexander Lukashenko em uma reunião governamental no início de outubro, é eliminar a dependência de material genético importado para garantir a estabilidade operacional e, principalmente, a segurança sanitária do plantel avícola nacional.
A forte dependência de importações, provenientes em sua maioria da União Europeia, foi apontada por Lukashenko como um risco estratégico. “Toda importação traz o risco de introduzir novas infecções, bem como interrupções no fornecimento, o que é muito relevante”, destacou o presidente. Além do fator sanitário, a questão econômica pesa na decisão. Segundo Yuri Gorlov, ministro da Agricultura e Alimentação, a compra de pintinhos no exterior gera um prejuízo anual de cerca de € 1,5 milhão ao país. A diferença de custo é notável: enquanto um pintinho importado custa em média € 6,2, o material genético desenvolvido localmente teria um custo estimado de € 5,2 por cabeça.
Para viabilizar a transição, cientistas bielorrussos serão encarregados de acelerar as pesquisas para o desenvolvimento de linhagens domésticas. O plano inclui a criação de um centro de seleção e melhoramento genético, um projeto ordenado em 2023 que, segundo Lukashenko, avança em ritmo lento, com apenas 3% da construção concluída. Atualmente, a Bielorrússia já atende a 56% de sua demanda por matrizes no segmento de frangos de corte. No entanto, o setor de postura (produção de ovos) depende integralmente de fornecedores estrangeiros. Segundo o ministro Gorlov, o país está tecnicamente preparado para a mudança, que exigirá a construção de uma granja de reprodução para matrizes, com um custo estimado entre US$ 5 e US$ 7 milhões.
A iniciativa bielorrussa segue uma estratégia semelhante à da vizinha Rússia, que conseguiu reduzir sua dependência de ovos férteis importados para menos de 10%, conforme dados da União Russa de Produtores de Aves. O movimento reflete uma tendência regional de fortalecimento da soberania produtiva e da biossegurança nas cadeias de proteína animal.
Referência: Poultry World











