Fonte CEPEA
Milho Campinas (SP)R$ 62,73 / kg
Soja PRR$ 129,75 / kg
Soja Porto de Paranaguá (PR)R$ 136,48 / kg
Suíno Grande São Paulo (SP)R$ 12,58 / kg
Suíno SPR$ 8,62 / kg
Suíno MGR$ 8,23 / kg
Suíno PRR$ 8,04 / kg
Suíno SCR$ 8,02 / kg
Suíno RSR$ 8,01 / kg
Ovo Branco Gande São Paulo (SP)R$ 154,17 / cx
Ovo Branco Grande BH (MG)R$ 162,23 / cx
Ovo Vermelho Gande São Paulo (SP)R$ 170,12 / cx
Ovo Vermelho Grande BH (MG)R$ 176,16 / cx
Ovo Branco Bastos (SP)R$ 147,39 / cx
Ovo Vermelho Bastos (SP)R$ 163,77 / cx
Frango SPR$ 7,40 / kg
Frango SPR$ 7,41 / kg
Trigo PRR$ 1.475,85 / t
Trigo RSR$ 1.318,72 / t
Ovo Vermelho Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 171,52 / cx
Ovo Branco Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 156,25 / cx
Ovo Branco Recife (PE)R$ 141,40 / cx
Ovo Vermelho Recife (PE)R$ 151,47 / cx

Exportação

#TBT Agrimidia: Concorrência com EUA prejudica frango do Brasil ao Oriente Médio na década de 80

Entenda como a concorrência com EUA prejudicava exportações de frango do Brasil ao Oriente Médio na década de 80.

#TBT Agrimidia: Concorrência com EUA prejudica frango do Brasil ao Oriente Médio na década de 80

Publicado na edição nº 932 da revista Avicultura Industrial, de 1987, este texto retrata um momento crítico para as exportações brasileiras de carne de frango, marcadas pela perda de competitividade diante dos subsídios concedidos por países como Estados Unidos e membros da União Europeia. Com foco nos mercados do Oriente Médio, especialmente Iraque e Egito, a reportagem detalha os impactos econômicos, as reações do setor e as medidas emergenciais adotadas pelo governo brasileiro para conter os prejuízos e tentar manter o protagonismo do país no comércio internacional de frango.

Oriente médio é dos norte-americanos

A avicultura brasileira enfrenta uma forte retração nas exportações de frangos inteiros e cortes em 1987, resultado da crescente perda de competitividade frente aos Estados Unidos e à União Europeia, cujas vendas são fortemente subsidiadas. A situação é especialmente crítica no Oriente Médio, que representa cerca de 80% do mercado externo brasileiro para o setor, com destaque para o Iraque e o Egito — tradicionalmente grandes compradores do frango nacional.

Dados da Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos (Abef) revelam que, até junho de 1987, os EUA já haviam exportado 60 mil toneladas de frango ao Iraque ao preço de US$ 1.100 por tonelada, subsidiadas em até US$ 710, com pagamento financiado em três anos. No mesmo período, o Brasil conseguiu embarcar apenas 6 mil toneladas, com exigência de pagamento à vista. Como consequência, estima-se uma perda cambial de US$ 130 milhões, sendo US$ 70 milhões apenas no mercado iraquiano e US$ 60 milhões com o Egito.

Segundo Plínio David de Nes Filho, presidente do Frigorífico Chapecó, os Estados Unidos vêm praticando dumping com apoio do programa governamental Export Enhancement Program (EEP), prejudicando diretamente os interesses brasileiros. A Abef solicitou formalmente ao governo federal que apresente denúncia junto ao GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), alegando violação das normas internacionais de comércio justo.

O mercado do Iraque, que desde 1975 absorveu mais de 450 mil toneladas de frango brasileiro, gerando mais de US$ 450 milhões em receita, é o mais afetado. A perda de competitividade neste mercado emblemático ameaça toda a sustentabilidade das exportações avícolas brasileiras.

Diante do cenário crítico, entidades do setor pressionaram o governo brasileiro a autorizar a venda de milho subsidiado aos avicultores com contratos de exportação vigentes. O Conselho Interministerial de Abastecimento (Cinab) acatou a solicitação, liberando milho com preço abaixo do praticado no mercado interno, com validade para contratos fechados entre maio de 1987 e fevereiro de 1988.

A medida foi vista como necessária para compensar os efeitos dos subsídios internacionais e conter a retração do setor, que já enfrentava pressão adicional com os baixos preços do milho no mercado internacional e a valorização cambial.

Em resposta à pressão dos países exportadores, inclusive o Brasil, os EUA, sob o governo Reagan, convocaram os países signatários para a “Rodada Uruguai” do GATT, com o compromisso de discutir a eliminação gradual dos subsídios às exportações agrícolas até o final do século. O próprio representante norte-americano de comércio, Clayton Yeutter, estimou que os subsídios concedidos por países desenvolvidos custavam US$ 30 bilhões por ano, chegando a US$ 40 bilhões no caso do Mercado Comum Europeu.