Fonte CEPEA
Milho Campinas (SP)R$ 62,73 / kg
Soja PRR$ 129,75 / kg
Soja Porto de Paranaguá (PR)R$ 136,48 / kg
Suíno Grande São Paulo (SP)R$ 12,58 / kg
Suíno SPR$ 8,62 / kg
Suíno MGR$ 8,23 / kg
Suíno PRR$ 8,04 / kg
Suíno SCR$ 8,02 / kg
Suíno RSR$ 8,01 / kg
Ovo Branco Gande São Paulo (SP)R$ 154,17 / cx
Ovo Branco Grande BH (MG)R$ 162,23 / cx
Ovo Vermelho Gande São Paulo (SP)R$ 170,12 / cx
Ovo Vermelho Grande BH (MG)R$ 176,16 / cx
Ovo Branco Bastos (SP)R$ 147,39 / cx
Ovo Vermelho Bastos (SP)R$ 163,77 / cx
Frango SPR$ 7,40 / kg
Frango SPR$ 7,41 / kg
Trigo PRR$ 1.475,85 / t
Trigo RSR$ 1.318,72 / t
Ovo Vermelho Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 171,52 / cx
Ovo Branco Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 156,25 / cx
Ovo Branco Recife (PE)R$ 141,40 / cx
Ovo Vermelho Recife (PE)R$ 151,47 / cx

Revista

Ovos sem gaiola: uma visão do panorama global na revista Avicultura Industrial de junho

O panorama global dos ovos sem gaiola é discutido na revista Avicultura Industrial de junho. Entenda as tendências e desafios atuais.

Ovos sem gaiola: uma visão do panorama global na revista Avicultura Industrial de junho

A demanda por ovos sem gaiola tem crescido globalmente, impulsionada por consumidores mais conscientes e preocupados com o impacto da produção animal. A mudança para ovos sem gaiola tem sido especialmente notável em mercados desenvolvidos, onde os consumidores estão cada vez mais exigentes sobre a origem de seus alimentos. Contudo, em mercados emergentes, o preço ainda representa um fator limitante para a adoção generalizada desses produtos, uma vez que os custos de produção tendem a ser mais elevados e repassados ao consumidor final. Embora a transição para ovos sem gaiola seja considerada um avanço em termos de bem-estar animal, ela também impõe uma série de desafios técnicos e sanitários. Por exemplo, a produção de ovos sem gaiola pode ser mais difícil de controlar, com o risco de problemas como infecções, brigas entre as galinhas e até a diminuição da produtividade. Sistemas ao ar livre, por exemplo, podem expor as galinhas a predadores, intempéries e outros riscos. Esses fatores exigem maior manejo, monitoramento constante e investimentos em infraestrutura, capacitação técnica e biosseguridade.

Particularidades dos diferentes sistemas de produção

A produção convencional de ovos baseia-se na criação intensiva de galinhas em gaiolas, com controle rigoroso de fatores ambientais como temperatura, iluminação, ventilação e oferta de dieta balanceada. Nesse sistema, as galinhas geralmente dispõem de um espaço limitado, o que restringe seus movimentos. Esse modelo visa maximizar a produtividade e a eficiência do manejo, reduzindo custos operacionais. No entanto, admite práticas controversas do ponto de vista do bem-estar animal, como a debicagem, a indução de muda forçada, uso profilático e terapêutico de antibióticos e a inclusão de organismos geneticamente modificados e suplementos sintéticos na alimentação. 

Nos sistemas alternativos as aves não ficam confinadas em gaiolas durante o período de produção, o que permite maior liberdade de movimento e expressão de comportamentos naturais. No sistema cage-free, por exemplo, as galinhas permanecem soltas dentro de galpões, sem acesso ao ambiente externo, mas com liberdade para caminhar, ciscar e empoleirar-se. É um modelo intermediário que, embora represente avanços em relação ao sistema convencional, ainda enfrenta desafios em termos de densidade populacional e gestão ambiental interna. Nesse sistema, as aves têm maior liberdade de movimento, podendo andar, ciscar e empoleirar-se. No entanto, os sistemas cage-free podem apresentar desafios como maior incidência de problemas sanitários e maior dificuldade de manejo.

Já o sistema caipira, por sua vez, proporciona acesso ao ar livre em locais apropriados, nos quais as aves podem expressar comportamentos naturais como ciscar, forragear, tomar banhos de terra e explorar o ambiente. Esse modelo exige estrutura física mais complexa, incluindo áreas de pastagens bem manejadas, pontos de sombra e abrigo, acesso à água, além de proteção contra intempéries e predadores. A qualidade do manejo e o uso racional das áreas externas são determinantes para o sucesso produtivo e sanitário do sistema. O acesso ao ar livre proporciona às aves a oportunidade de se alimentar de insetos presentes no ambiente e de se expor à luz solar, o que pode contribuir para sua saúde e bem-estar.

Na produção orgânica, além do acesso obrigatório ao ambiente externo, a alimentação das aves deve ser composta por ingredientes de origem orgânica, livres de agrotóxicos, transgênicos e aditivos sintéticos. Há limitações quanto ao uso de medicamentos convencionais, priorizando tratamentos alternativos, como terapias homeopáticas. A densidade de lotação por metro quadrado (tanto em áreas internas quanto externas), o tipo de manejo e os ingredientes permitidos são regulamentados para garantir a certificação. A produção orgânica busca minimizar o impacto ambiental e promover a saúde animal, mas pode apresentar desafios em termos de produtividade e custos de produção.

Vale destacar que as especificações desses sistemas podem variar significativamente de acordo com as legislações nacionais, especialmente em aspectos como o número máximo de aves por metro quadrado, composição da dieta e tempo de permanência diária em áreas externas. As diretrizes podem ser definidas por órgãos públicos ou entidades certificadoras privadas, exigindo dos produtores constante atualização e adequação às normas vigentes.

Além das diferenças operacionais, cada sistema de produção implica em distintos custos de implantação, exigências de manejo e expectativas de mercado. Enquanto os sistemas convencionais tendem a apresentar maior produtividade por ave, os sistemas alternativos, embora mais custosos, agregam valor ao produto ao atenderem demandas crescentes por ética, transparência e sustentabilidade. O sucesso da transição entre modelos depende não apenas do investimento em infraestrutura, mas também da capacitação técnica dos produtores, da valorização pelo consumidor e do apoio institucional por meio de políticas públicas e incentivos adequados.

Situação atual no mundo

Em 2022, a produção mundial de ovos de galinha foi estimada em 86.999,6 mil toneladas, conforme dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, 2024). A produção de ovos livres de gaiola tem se tornado um tema central nos debates sobre sustentabilidade e bem-estar animal na avicultura, especialmente diante da crescente pressão de consumidores, organizações não governamentais e reguladores. A análise comparativa entre países evidencia um cenário bastante desigual, no qual fatores legislativos, estruturais e culturais desempenham papéis determinantes na forma como os sistemas de produção se organizam e evoluem. A Figura 1 apresenta um mapa temático com a distribuição global da produção de ovos livres de gaiolas, destacando os contrastes entre diferentes regiões do mundo.

Confira: