Assim como nos anos anteriores, o risco de surtos de Influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) parece estar diminuindo à medida que a primavera avança na Europa.
Após avaliações da situação em seus respectivos territórios, os departamentos de agricultura da República da Irlanda e Irlanda do Norte (DAERA) anunciaram o fim da criação compulsória de aves.
Essas mudanças entraram em vigor em 10 de maio e abrangem aves comerciais e em cativeiro.
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“É importante observar que a gripe aviária ainda é um risco e continuará sendo uma ameaça às aves irlandesas no futuro próximo”, disse o Ministro da Agricultura, Alimentação e Marinha da República.
A biossegurança continua sendo o meio mais eficaz para impedir a propagação do vírus às aves, ele enfatizou, e as regulamentações de biossegurança introduzidas em dezembro de 2024 permanecerão em vigor.
Assim como na República da Irlanda, a criação obrigatória de aves domésticas e em cativeiro foi introduzida na Irlanda do Norte em fevereiro deste ano.
“Com o relaxamento dos requisitos de alojamento, minha mensagem continua a mesma para todos os criadores de pássaros — sejam eles poucos ou milhares — de que eles devem continuar a fazer a sua parte para manter medidas rigorosas de biossegurança nas instalações para que não percamos o progresso que fizemos”, disse o ministro da DAERA da Irlanda do Norte.
De acordo com relatórios enviados à Organização Mundial da Saúde Animal (WOAH), não foram registrados surtos de IAAP em aves na República da Irlanda desde o último outono. Na Irlanda do Norte, a DAERA relata que surtos atingiram três granjas comerciais de aves e um grupo de aves em cativeiro — todos durante o mês de fevereiro — mas nenhum desde então.
Hungria e Polônia registram mais casos de HPAI em aves
No período de 24 de abril a 7 de maio, esses foram os únicos dois países da região a confirmar novos surtos de IAAP em granjas avícolas comerciais. Mais seis granjas foram afetadas na Hungria e quatro na Polônia.
Até o momento, em 2025, 16 países da região registraram um total de 242 surtos de IAAP afetando rebanhos avícolas comerciais. Isso se compara aos 451 surtos de IAAP nessa população registrados por 20 estados da região em 2024.
Isto de acordo com o Sistema de Informação sobre Doenças Animais (em 7 de maio). Administrado pela Comissão Europeia (CE), o Sistema monitora doenças animais listadas nos estados-membros da União Europeia e países adjacentes.
Em 2025, 236 dos 242 surtos foram associados a vírus IAAP do sorotipo H5N1. Para os seis restantes, o vírus foi identificado como membro do grupo H5, mas a designação N (neuraminidase) não pôde ser determinada.
Com 101 surtos no acumulado do ano, o total da Hungria é o mais alto, seguido pela Polônia, cujo total chegou a 84, de acordo com esta fonte.
Mais detalhes desses eventos são abordados, em alguns casos, por notificações ao WOAH das agências nacionais de saúde animal.
O primeiro surto de 2024-2025 em aves comerciais na Hungria ocorreu em setembro, e o total nacional desde então chegou a 293. Casos foram identificados em 12 condados diferentes.
Os mais recentes relatos à WOAH são de seis surtos que afetam granjas avícolas húngaras. Destes, um ocorreu no condado de Bekes, no sudeste, e envolveu perus para corte. Os outros ocorreram todos em Bacs-Kiskun, no sul da Hungria. Lá, 227 surtos em granjas avícolas foram registrados até o momento, incluindo os cinco mais recentes. Estes afetaram três bandos de patos de foie gras e dois de perus para corte.
Com base nas notificações ao WOAH, o total de surtos na Polônia desde o início de outubro do ano passado aumentou em quatro, para 85.
Entre os últimos a serem afetados estavam três rebanhos — um de frangos de corte, um de galinhas poedeiras e um de aves mistas — na província centro-oeste da Grande Polônia. De acordo com a inspeção veterinária nacional, o outro surto foi o primeiro em aves comerciais na Pomerânia, no norte da Polônia. Isso eleva o total de perdas relacionadas à IAAP (mortalidade e abate) entre as aves polonesas até o momento em 2024-2025 para mais de 7,7 milhões de aves.
Mais dois surtos em aves cativas polonesas
Nos últimos 10 dias, apenas a Polônia registrou novos surtos em rebanhos de quintal. Mais dois rebanhos foram afetados, elevando o total da temporada para 20, de acordo com a inspeção veterinária.
Os casos mais recentes envolveram bandos mistos — cada um composto por 23 a 24 aves — na Subcarpácia, no sudoeste da Polônia.
No Sistema CE, os casos de IAAP em aves em cativeiro — incluindo rebanhos de quintal/hobby e zoológicos — são relatados separadamente das aves comerciais.
Até 7 de maio, 15 países haviam registrado um total de 67 surtos nessa população no Sistema da CE. Destes, 19 ocorreram na Polônia.
Durante todo o ano de 2024, a CE registrou um total de 142 surtos nessa população, abrangendo 17 países.
IAAP detectada em aves selvagens em 9 países europeus
Um total de 532 surtos de IAAP em aves selvagens foram confirmados na região em 2025. Isso de acordo com o Sistema da CE (em 7 de maio).
Isso inclui 12 novos surtos relatados em sete países — Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Finlândia, Lituânia, Noruega e Polônia. O sorotipo do vírus H5N5 IAAP foi detectado no caso norueguês — o primeiro para este país em 2025. Nos outros cinco países, as aves selvagens testaram positivo para a variante do vírus H5N1.
A agência veterinária da Suécia relatou à WOAH o primeiro caso de infecção por H5N5 em uma ave selvagem em mais de dois anos. O resultado positivo para o vírus foi o de uma águia encontrada morta no sudoeste do país em meados de abril.
A situação da doença na Grã-Bretanha não é monitorada pelo Sistema da CE.
Nos últimos 10 dias, a agência veterinária registrou no WOAH mais 24 casos de IAAP em aves selvagens envolvendo o vírus H5N1, e mais um que testou positivo para o sorotipo H5N5.
Veja nossa cobertura contínua sobre a situação global da gripe aviária em aves e sobre os desenvolvimentos de doenças no setor de laticínios dos EUA.
