
A semana na avicultura brasileira foi marcada por uma leve alta nos preços do frango, mas com competitividade reduzida frente às carnes concorrentes, e pela queda nos preços dos ovos, devido à menor demanda no fim do mês. Por outro lado, as exportações de ovos processados atingiram recorde em fevereiro, impulsionadas pela demanda dos Estados Unidos.
Frango: competitividade em queda e preços instáveis
A competitividade da carne de frango frente às carnes suína e bovina diminuiu em março. Enquanto os preços médios da proteína avícola apresentaram leve alta em relação ao mês anterior, os das carnes substitutas estão em queda. Os ligeiros avanços nos valores do frango registrados no início de março garantiram a sustentação da média da parcial deste mês. No entanto, na segunda quinzena, os preços oscilaram devido ao enfraquecimento do consumo e ao aumento da oferta por parte dos vendedores que buscam evitar a formação de estoques.

Ovos: preços em queda e produção recorde
As cotações dos ovos recuaram nos últimos dias, pressionadas pela queda da demanda no fim do mês. A pressão pela concessão de descontos nos negócios aumentou, mas a intensidade das baixas variou conforme as regiões pesquisadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Alguns agentes afirmam que os estoques nas granjas estão equilibrados, o que limitou a queda dos preços. A produção nacional de ovos para consumo atingiu 3,83 bilhões de dúzias em 2024, um novo recorde na série histórica do IBGE.


Exportações de ovos processados em recorde
Em fevereiro, as exportações brasileiras de ovos processados atingiram recorde, impulsionadas pela crescente demanda dos Estados Unidos, que enfrentam um surto de gripe aviária. O Brasil exportou 2,53 mil toneladas de ovos in natura e processados em fevereiro, com destaque para o aumento de 65,4% nas exportações de ovos processados em relação a janeiro.
Comparativo com a semana anterior:
Na semana anterior (14 de março), os preços da carne de frango estavam em alta, impulsionados pelo aumento da demanda no início do mês. As exportações de ovos processados também apresentaram crescimento, com destaque para a demanda dos Estados Unidos.
Perspectivas:
O setor avícola brasileiro enfrenta um cenário de desafios e oportunidades. A competitividade da carne de frango deve continuar sendo um ponto de atenção, com a necessidade de estratégias para enfrentar a concorrência das carnes suína e bovina. Os preços dos ovos, por sua vez, devem se manter pressionados pela sazonalidade da demanda, exigindo um planejamento cuidadoso da produção. No entanto, as exportações de ovos processados apresentam um cenário promissor, impulsionadas pela demanda dos Estados Unidos, o que pode abrir novas oportunidades para o setor. A atenção aos custos de produção e a busca por eficiência serão cruciais para garantir a rentabilidade da atividade.
Fatores que influenciam o mercado:
- Oferta e demanda: A disponibilidade de frango e ovos e a demanda interna e externa são determinantes para a formação dos preços.
- Concorrência: A competitividade das carnes concorrentes influencia os preços do frango.
- Custos de produção: Os custos de ração, energia e outros insumos impactam a rentabilidade dos produtores.
- Exportações: O mercado internacional, com destaque para os Estados Unidos, exerce grande influência sobre o setor de ovos processados.
- Sanidade Animal: Doenças como a gripe aviária podem afetar drasticamente a produção, e o comércio de ovos.
Aquicultura: preços da tilápia disparam e exportações batem recordes

O setor da aquicultura brasileira demonstra um vigoroso crescimento, impulsionado pelo aumento da demanda interna e pelo aquecimento das exportações. Dados recentes da Scot Consultoria e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam um cenário promissor para os produtores e exportadores de pescado.
Preços da tilápia em alta:
O mercado da tilápia, principal produto da aquicultura nacional, apresenta um comportamento positivo. Segundo levantamento da Scot Consultoria, o preço pago ao produtor registrou um aumento de 1,0% na última quinzena, atingindo R$8,32/kg. No atacado, a tilápia inteira teve alta de 0,9%, cotada a R$10,91/kg, enquanto o filé de tilápia, com a maior valorização, alcançou R$37,86/kg, um aumento de 1,8%.
A expectativa é que a demanda aquecida durante o período da Quaresma mantenha os preços elevados no atacado. Fontes consultadas pela Scot Consultoria relatam um aumento nas vendas de até 30,0%, impulsionado pelo maior consumo de pescado pela população.
Exportações em ritmo acelerado:
As exportações de pescado também apresentam um desempenho notável. Em fevereiro de 2025, o Brasil exportou uma média diária de 46,0 toneladas, um aumento de 25,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O faturamento por tonelada também cresceu 20,1%, passando de US$7,1 mil para US$8,6 mil.
Os dados preliminares da balança comercial da primeira semana de março indicam um ritmo ainda mais intenso, com uma média diária de 89,6 toneladas exportadas, um aumento de 142,9% em relação a março de 2024.
Cenário promissor para 2025:
O ritmo aquecido das exportações desenha um cenário otimista para o setor em 2025. A recente imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos em outros países pode impulsionar ainda mais as exportações brasileiras, já que os americanos são os maiores compradores de tilápia do Brasil, o principal produto de exportação do país.

Perspectivas:
O setor da aquicultura brasileira vislumbra um futuro promissor, impulsionado pelo crescimento contínuo da demanda interna e externa, avanços tecnológicos que aumentam a eficiência e competitividade, e a crescente preocupação com a sustentabilidade, que abre espaço para práticas mais responsáveis. A diversificação dos mercados de exportação, com foco na Ásia e Europa, e o aumento dos investimentos em infraestrutura e pesquisa, fortalecem ainda mais o cenário otimista para o setor.
Fatores que influenciam o mercado:
- Demanda interna: O aumento do consumo de pescado, especialmente durante a Quaresma, impulsiona os preços.
- Exportações: O mercado internacional, com destaque para os Estados Unidos, exerce grande influência sobre o setor.
- Taxa de câmbio: A variação do dólar em relação ao real afeta a competitividade das exportações.
- Políticas comerciais: A imposição de tarifas por outros países pode abrir novas oportunidades para o Brasil.
- Custos de produção: Variações nos custos de ração, energia e outros insumos impactam a rentabilidade dos produtores.
Grãos: Soja em colheita recorde, Milho em alta e Trigo com preços sustentados

O mercado de grãos no Brasil segue movimentado, com a colheita da soja avançando em ritmo acelerado, os preços do milho em alta e o trigo sustentando seus valores.
Soja: colheita recorde e negócios aquecidos
A colheita da soja segue em ritmo acelerado nas principais regiões produtoras do Brasil. Segundo análise do Cepea, a produtividade elevada vem se confirmando, reforçando a estimativa de produção recorde no país. A Conab estima a produção nacional em 167,37 milhões de toneladas, 0,8% a mais que a previsão de fevereiro e 13,3% superior à safra 2023/24. Até 9 de março, 56,3% da área já havia sido colhida. Com a oferta do grão aumentando e compradores mais ativos, os negócios para entrega imediata se aqueceram.
Confira os valores da soja (20/03):
- Paranaguá: R$ 133,32
- Paraná: R$ 127,99
Milho: preços em alta e estoques Reduzidos
Os preços do milho continuam em alta na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea, impulsionados pela combinação de estoques baixos e demanda aquecida. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) se aproximou de R$ 90/saca de 60 kg, patamar não visto desde abril de 2022. Dados da Conab indicam que os estoques iniciais da safra 2024/25 são de apenas 2,04 milhões de toneladas, representando apenas 2,4% do consumo anual do mercado interno, estimado em 86,97 milhões de toneladas.
- O valor do milho (20/03) é de R$ 90,08
Trigo: preços sustentados e importações em destaque
Os preços do trigo seguem em alta no Brasil, sustentados pela disponibilidade limitada do cereal no mercado doméstico durante o período de entressafra. Com vendedores retraídos e compradores ativos, muitos demandantes têm recorrido às importações, que apresentam valores atrativos. A Conab prevê um aumento de 15,6% na produção de trigo em 2025, totalizando 9,117 milhões de toneladas, com recuperação da produtividade e redução da área plantada.
Confira os valores do trigo (20/03):
- Paraná: R$ 1.526,50
- Rio Grande do Sul: R$ 1.423,46
Perspectivas:
As perspectivas para o mercado de grãos em 2025 são mistas. A colheita recorde de soja deve manter a oferta elevada, pressionando os preços, enquanto o milho deve continuar com preços em alta, devido aos estoques baixos e à demanda aquecida. O trigo, por sua vez, deve manter seus preços sustentados, com a demanda sendo suprida por importações. A volatilidade do câmbio e as incertezas climáticas podem influenciar o mercado, exigindo atenção dos produtores e compradores.
Fatores que influenciam o mercado:
- Oferta e demanda: A disponibilidade dos grãos e a demanda interna e externa são determinantes para a formação dos preços.
- Clima: As condições climáticas influenciam diretamente a produção e a qualidade dos grãos.
- Câmbio: A taxa de câmbio afeta a competitividade das exportações.
- Estoques: Os níveis de estoque impactam a disponibilidade dos grãos no mercado.
- Políticas governamentais: As políticas agrícolas e comerciais influenciam a produção e o comércio dos grãos.