
A avicultura brasileira apresentou um cenário misto nesta semana, com o mercado de frango impulsionado por exportações recordes e o mercado de ovos oscilando em função da demanda e dos custos de produção.
Frango:
As exportações brasileiras de carne de frango registraram um desempenho excepcional em março, sustentando os preços da proteína na região Sul, principal polo exportador do país, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Nos primeiros 13 dias úteis de março, a média diária de embarques de carne de frango in natura atingiu 24,9 mil toneladas, um aumento de 14,1% em relação a fevereiro e de 27% em relação a março de 2024.
Essa média diária representa um recorde histórico desde o início da série da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) em 1997.
O Cepea destaca que as exportações em ritmo intenso contribuem para manter os preços da carne de frango na Grande São Paulo, mesmo com a menor demanda doméstica no final do mês.

Na semana passada, a carne de frango apresentou competitividade reduzida frente as carnes concorrentes, bovina e suína, pois a mesma apresentou alta, enquanto as demais baixaram seus preços.
Ovos:
Os preços dos ovos recuaram no final de março, mas a média mensal ainda supera a de fevereiro, segundo o Cepea.
Os custos de produção apresentaram comportamentos distintos: o milho registrou alta, enquanto o farelo de soja se manteve estável.
O poder de compra do avicultor de postura paulista diminuiu em relação ao milho, mas aumentou em relação ao farelo de soja, atingindo um novo recorde.


Na semana passada, a queda da demanda no final do mês pressionou os preços dos ovos, mas os estoques equilibrados nas granjas limitaram as baixas.
A produção nacional de ovos atingiu um recorde de 3,83 bilhões de dúzias em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Perspectivas:
O mercado de frango deve continuar sendo influenciado pelas exportações, com a demanda internacional e as flutuações cambiais desempenhando um papel fundamental. Os preços dos ovos devem seguir oscilando em função da demanda interna, dos custos de produção e da oferta. O preço dos insumos da avicultura, milho e farelo de soja, terão grande impacto no setor. É de grande importância o acompanhamento do mercado externo para se avaliar a demanda de frango.
Fatores que influenciam o mercado:
- Exportações: A demanda internacional por carne de frango brasileira é um fator determinante para os preços e a produção.
- Custos de produção: Os preços dos insumos, como milho e farelo de soja, têm um impacto significativo na rentabilidade da avicultura.
- Demanda interna: O consumo de carne de frango e ovos no mercado interno também influencia os preços e a produção.
- Câmbio: A taxa de câmbio afeta a competitividade das exportações brasileiras.
- Oferta e demanda: O equilíbrio entre a oferta e a demanda de carne de frango e ovos é um fator crucial para a formação de preços.
Aquicultura: mercado de peixes de cultivo aquecido com preços e produção em alta

Enquanto o frio aperta no Canadá, o mercado de peixes de cultivo no Brasil aquece, impulsionado pela proximidade da Quaresma e pela alta demanda por peixes nativos. Segundo o indicador Cepea PeixeBR, a semana foi marcada por variações positivas nos preços em diversas regiões do país.
Destaques da Semana:
- Região dos Grandes Lagos: Aumento de R$ 0,03, com preço médio de R$ 7,79.
- Morada Nova de Minas: Maior aumento da semana, com R$ 0,04, atingindo o preço médio de R$ 8,13. A região se destaca pelo menor peso médio de abate, indicando alta demanda e vendas aquecidas.
- Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba: Aumento significativo de R$ 0,08, com preço médio de R$ 8,10.
- Norte do Paraná: Única região com queda nos preços, registrando redução de R$ 0,02 e preço médio de R$ 8,62.
- Oeste do Paraná: Semana de estabilidade, com preço médio mantido em R$ 7,48.

Peixes nativos em alta:
O mercado de peixes nativos apresenta alta demanda e baixa oferta, impulsionando os preços e aquecendo ainda mais o setor. A expectativa é que a Quaresma intensifique ainda mais essa tendência, proporcionando boas oportunidades para os produtores.
Feira de Boston e relatório anual:
A recente Feira de Boston encerrou com resultados positivos, segundo Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR, gerando otimismo para o setor. No entanto, produtores que utilizam tanques-rede devem ficar atentos ao prazo final de 31 de março para envio do relatório anual de produção. O não cumprimento dessa exigência pode levar ao cancelamento do contrato de cessão de uso de águas da União.
Com o mercado aquecido e a demanda em alta, a expectativa é de uma safra promissora para os produtores brasileiros.
Grãos: Soja tem alta impulsionada por demanda, Milho oscila com colheita e Trigo segue em ascensão

O mercado de grãos brasileiro apresentou movimentações distintas nesta semana, com a soja registrando alta impulsionada pela demanda, o milho oscilando devido ao avanço da colheita e o trigo mantendo a tendência de ascensão.
Soja:
As negociações de soja ganharam força na última semana, impulsionadas pelo aumento da demanda externa e doméstica, segundo levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Esse cenário resultou na elevação dos prêmios de exportação e, consequentemente, dos preços FOB nos portos brasileiros.
Apesar da pressão exercida pela maior oferta de soja e pela queda do dólar, os preços no mercado spot nacional encontraram sustentação em algumas regiões.
Confira os valores da soja (27/03):
- Paranaguá: R$ 133,13
- Paraná: R$ 127,57
Milho:
O avanço da colheita do milho da safra de verão aumentou a oferta do cereal, limitando os aumentos de preços em algumas regiões, de acordo com o Cepea.
Em algumas praças produtoras da safra de verão, as cotações chegaram a cair. No entanto, a retração de vendedores, que priorizam os trabalhos de campo e as entregas de lotes de soja, ainda sustenta as altas nos preços em geral.
A colheita de milho da safra verão e a semeadura da segunda safra estão intensas no Brasil e já dentro da média das últimas temporadas.
- O valor do milho (27/03) é de R$ 87,92
Trigo:
Os preços do trigo seguem em alta desde o início do ano, com as médias mensais do Paraná e do Rio Grande do Sul atingindo os maiores patamares nominais desde agosto de 2024, conforme levantamentos do Cepea.
Segundo pesquisadores do Cepea, os preços do cereal tendem a subir ou se manter estáveis no primeiro semestre, atingindo picos no meio do ano e sofrendo pressão no segundo semestre.
A redução dos estoques internos influencia as cotações nos primeiros seis meses, enquanto a chegada da nova safra aumenta a disponibilidade e pressiona os preços no segundo semestre.
Confira os valores do trigo (27/03):
- Paraná: R$ 1529,79
- Rio Grande do Sul: R$ 1.444,63.
Perspectivas:
As perspectivas para o mercado de grãos indicam que a soja continuará influenciada pela demanda internacional, especialmente da China, e pelas condições climáticas nos principais países produtores, enquanto o milho terá sua oferta interna determinada pelo avanço da segunda safra e a demanda por etanol e ração animal seguirá aquecida, com as exportações também sensíveis a fatores climáticos e demanda externa; o trigo, por sua vez, terá seus preços definidos pela evolução dos estoques internos e demanda por importações no primeiro semestre, com a chegada da nova safra exercendo pressão no segundo, e fatores geopolíticos adicionando volatilidade. De modo geral, o mercado de grãos permanecerá dinâmico, exigindo atenção constante às condições climáticas globais, políticas econômicas, tensões geopolíticas e aos dados de fontes confiáveis como o Cepea, com a produção brasileira de grãos projetada para crescimento impulsionado por clima favorável e tecnologia no agronegócio.
Principais fatores que influenciam o mercado:
- Oferta e demanda: O equilíbrio entre a oferta e a demanda global de grãos é um dos principais determinantes dos preços. Variações na produção, consumo e estoques influenciam diretamente as cotações.
- Condições climáticas: Eventos climáticos extremos, como secas, inundações e geadas, podem afetar significativamente a produção de grãos em diferentes regiões do mundo, impactando a oferta e os preços.
- Política econômica: Políticas governamentais, como tarifas de importação e exportação, subsídios agrícolas e taxas de câmbio, podem influenciar o comércio internacional de grãos e, consequentemente, os preços.
- Mercado externo: A demanda por grãos em países importadores, como a China, e as flutuações nas taxas de câmbio podem afetar as exportações brasileiras e os preços internos.
- Custos de produção: Os custos dos insumos agrícolas, como fertilizantes, defensivos e combustíveis, influenciam diretamente os custos de produção dos grãos e, consequentemente, os preços de mercado.