Fonte CEPEA
Milho - Indicador Campinas (SP)R$ 70,30 / kg
Soja - Indicador PRR$ 135,45 / kg
Soja - Indicador Porto de Paranaguá (PR)R$ 141,75 / kg
Suíno Carcaça - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 12,75 / kg
Suíno - Estadual SPR$ 8,82 / kg
Suíno - Estadual MGR$ 8,44 / kg
Suíno - Estadual PRR$ 8,31 / kg
Suíno - Estadual SCR$ 8,28 / kg
Suíno - Estadual RSR$ 8,35 / kg
Ovo Branco - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 136,02 / cx
Ovo Branco - Regional BrancoR$ 139,36 / cx
Ovo Vermelho - Regional Grande São Paulo (SP)R$ 149,66 / cx
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 151,76 / cx
Ovo Branco - Regional Bastos (SP)R$ 129,00 / cx
Ovo Vermelho - Regional Bastos (SP)R$ 144,66 / cx
Frango - Indicador SPR$ 8,10 / kg
Frango - Indicador SPR$ 8,16 / kg
Trigo Atacado - Regional PRR$ 1.183,62 / t
Trigo Atacado - Regional RSR$ 1.042,10 / t
Ovo Vermelho - Regional VermelhoR$ 144,47 / cx
Ovo Branco - Regional Santa Maria do Jetibá (ES)R$ 136,56 / cx
Ovo Branco - Regional Recife (PE)R$ 128,40 / cx
Ovo Vermelho - Regional Recife (PE)R$ 155,00 / cx

Avestruz Master: Acatrim enxuga gastos para manter fazendas

<p>Na próxima semana o primeiro lote de aves será abatido em Araçatuba (SP).</p><p></p>

Redação AI (23/03/06)- Depois de quase cinco meses do fechamento da Avestruz Master, os investidores de Uberlândia e Uberaba já conseguem enxergar uma luz no fim do túnel. Neste período, vários funcionários foram demitidos e muitas despesas extras, cortadas na tentativa de equilibrar as finanças e garantir a manutenção mensal. Embora enfrentem dificuldades financeiras, as três fazendas da empresa, que possuem mais de 2,5 mil aves ao todo, estão sem dívidas e com o fornecimento de suplementos garantido. Ao contrário de criadouros em outras regiões, onde inúmeros animais morreram por falta de verba para mantê-los, em Uberlândia o abastecimento de ração, água, energia elétrica, combustíveis e medicamentos está normalizado.

Na próxima semana, os primeiros animais da Avestruz Master serão abatidos em Araçatuba (SP), porque o frigorífico de Araguari não está liberado legalmente. Até o final deste ano, a meta é comercializar mais de 1,5 mil aves e com isso gerar receita para o sustento da atividade e para o pagamento das obrigações. Os 660 animais que já foram selecionados previamente para o abate vão ser vendidos por cerca de R$ 430 mil. O dinheiro vai para a conta da empresa, administrada pelo interventor judicial Márcio Chaves, da qual sai grande parte dos recursos necessários para a manutenção das fazendas.

Estima-se que a dívida da empresa é de aproximadamente R$ 40 milhões com os 2.759 investidores da região. Cerca de 80% deste montante possui menos de três aves, o que corresponderia a R$ 5 mil. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Avestruz do Triângulo Mineiro (Acatrim), Claudionor Cruz, não há dinheiro para pagar todos os lesados, nem mesmo os minoritários. “O patrimônio está avaliado oficialmente em apenas R$ 8,5 milhões. Acredito que não seja isso tudo. Nossa intenção é ter representatividade para conseguir lutar pelo povo que foi prejudicado. Nosso desafio é grande, mas acho que é possível recuperar o dinheiro. Já cortamos gastos e a realidade de Uberlândia é muito boa diante do restante do País”, explica.

No dia 1 abril, 900 matrizes que estão na Fazenda 2, próxima ao Distrito Industrial, entram no período de postura que se estende até outubro. A fêmea bota de 30 a 70 ovos por ano, sendo que 20 a 30 são férteis. “Ao final de 2006, esperamos cerca de sete mil novos filhotes”, conta o presidente da Acatrim.

Atualmente, a Acatrim aguarda a decisão do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, sobre o pedido de desvinculação de Uberlândia e Uberaba da Avestruz Master de Goiânia. Enquanto isso, a empresa segue funcionando normalmente e projetando negócios para honrar os compromissos com os investidores.

Redução de gastos
A redução dos custos foi o fator decisivo para conseguir manter a empresa diante da situação deixada pelos antigos donos da Avestruz Master. O montante que havia na conta bancária, cerca de R$ 580 mil em novembro, está diminuindo, mesmo porque não houve receitas ao longo deste tempo. “Estamos cortando gastos. Em dezembro tudo ficou em R$ 160 mil por causa de demissões e pagamentos dos direitos dos funcionários, como o 13 salário, por exemplo. Em fevereiro caiu para R$ 90 mil e vamos fechar o mês de março com R$ 85 mil. Reduzimos 50% da folha, cortando 40% dos funcionários, carros, viagens, transporte e telefones”, explica Claudionor Cruz. O maior gasto é a aquisição de ração, cerca de R$ 60 mil mensalmente, e quadro de empregados, R$ 15 mil, aproximadamente.

Organização luta pelos direitos dos lesados pela Avestruz. Associação sobrevive de mensalidades
A Acatrim nasceu no ano passado, meses antes da crise que se iniciou em novembro. Em dezembro de 2005, uma nova diretoria foi eleita para assumir a liderança e lutar pelos direitos prejudicados. Dos 2.759 investidores, apenas 800 são filiados, sendo que nem todos contribuem mensalmente para a manutenção da organização. A mensalidade custa R$ 20 por associado e gera cerca de R$ 10 mil por mês. “Com esse dinheiro nós pagamos o escritório de advogados que trabalham com as questões jurídicas, pagamos o aluguel e condomínio da sede, telefone, xerox de documentos, viagens de negócios para Brasília e ainda pagamos as refeições dos funcionários que trabalham nas fazendas. Muitos investidores estão comprando o sossego com estes R$ 20. Queremos pagar o pessoal que investiu, pelo menos os menores, em menos de três anos”, revela.

Com o corte de funcionários tanto da administração quanto do cuidado com as aves, alguns credores da Avestruz Master se tornaram voluntários. É o caso de Reginaldo Gonçalves Pereira, que possui R$ 40 mil aplicados no negócio. “Ainda bem que a empresa fechou no dia 4 de novembro, porque eu estava planejando investir muito mais. Foi a maior burrice da minha vida. Eu fiquei desesperado, mas agora já consigo acreditar na atividade. Temos pessoas sérias à frente da administração”, lembra.

Reginaldo se mudou com a mulher e a filha para a Fazenda 2 (Distrito Industrial) há 20 dias. Embora não possa trabalhar no serviço pesado por causa dos problemas de saúde, ele ajuda no tratamento das aves e na limpeza dos piquetes. O voluntário não vai receber salário, mas não se importa com isso. “Eu sou desempregado e sobrevivo com o dinheiro de um aluguel que tenho na cidade. Morar na fazenda é bom demais. Eu quero me especializar e aprender muito mais sobre este ramo”, afirma.

Os interessados em participar da Acatrim devem procurar a sede da organização que fica na rua Coronel Antônio Alves, 400, sala 814, Centro.