
Enquanto novos focos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) colocam as autoridades sanitárias do Reino Unido em alerta, o cenário global para o setor avícola permanece robusto, com projeções de crescimento para 2025 e início de 2026. A dualidade entre os desafios sanitários localizados e a força do mercado global destaca a complexa dinâmica da produção de proteína animal.
Na Inglaterra, o Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais (Defra) confirmou, em 11 de outubro, um surto do vírus H5N1 em um plantel de aves cativas perto de Stockbridge, em Hampshire. Como resposta imediata, foi determinado o abate sanitário de todas as aves do local e a implementação de uma zona de monitoramento de 3 km, onde todas as aves domésticas devem ser mantidas em alojamentos fechados para conter a propagação.
A vigilância se estende à Irlanda do Norte, onde o Departamento de Agricultura, Meio Ambiente e Assuntos Rurais (DAERA) investiga um caso suspeito em uma instalação comercial em Omagh, Co. Tyrone, desde o dia 3 de outubro. Medidas preventivas, incluindo o abate do lote e a criação de Zonas de Controle Temporário, foram prontamente estabelecidas.
Perspectivas de Mercado Positivas, com Ressalvas
Apesar da pressão constante da doença na Europa, a análise de mercado do Rabobank indica que a avicultura global está preparada para um crescimento de 2,8% em 2025, superando a expansão de 2,6% registrada em 2024. Segundo Nan-Dirk Mulder, analista sênior de proteína animal da RaboResearch, a perspectiva positiva é sustentada por dois pilares principais:
- Custos de Produção: A redução nos preços dos grãos para ração está melhorando a lucratividade dos produtores em mercados-chave na Ásia, Europa, África e Américas.
- Demanda do Consumidor: A carne de aves se consolida como a opção de proteína mais econômica para os consumidores, especialmente em um cenário de preços elevados para outras carnes.
Mulder, no entanto, reforça que a Influenza Aviária continua sendo a “preocupação crítica para a indústria”, exigindo que a biosseguridade seja a prioridade máxima. Ele observa que a vacinação está sendo cada vez mais adotada como ferramenta estratégica de mitigação de risco, com exemplos na Ásia, América Latina, França e África do Sul. “Novos surtos são esperados, o que pode adicionar volatilidade às já apertadas condições do mercado global”, conclui o analista.
Referência: Agriland











